O Greenpeace criticou as ações do governo, condenando-as como “ilegais”.
O governo abandonou o compromisso conservador de 2019 de proibir o fracking até que houvesse evidências científicas de que era seguro.
Jacob Rees-Mogg confirmou que o governo apoiará mais de 100 licenças para empresas explorarem mais combustíveis fósseis no Mar do Norte, além de suspender a moratória na perfuração de gás de xisto na Inglaterra.
Ao anunciar as medidas, o secretário de Negócios e Energia disse que “tolerar um grau mais alto de risco e perturbação parece para nós [o governo] ser do interesse nacional dadas as circunstâncias”.
A medida ocorre apesar dos repetidos alertas de especialistas de que aumentar a produção de gás e petróleo no mercado interno não reduzirá as contas de energia, pois os preços são ditados pelo mercado global.
Eleitores tratados ‘como cobaias’ para a indústria de fraturamento hidráulico
O anúncio provocou ampla oposição. Os trabalhistas disseram que o governo de Truss criou uma “carta para terremotos”. Os liberais democratas disseram que os eleitores que vivem em áreas rurais estão sendo tratados como “cobaias” para a indústria de fraturamento hidráulico.
Acusando os ministros de “favorecer interesses obsoletos e marginais de combustíveis fósseis”, o Greenpeace disse que está considerando tomar medidas legais contra o governo.
Philip Evans, ativista de segurança energética do Greenpeace, disse: “Novas licenças de combustíveis fósseis são o oposto da segurança energética.
“Acreditamos que esta rodada de licenciamento é ilegal e vamos tomar medidas legais.
“Um governo que não lança um programa nacional de emergência para garantir a segurança energética das casas simplesmente não leva a sério a segurança energética, a redução das contas ou o combate à crise climática.
“Enquanto isso, a Europa avança com soluções tangíveis, como isolamento residencial, bombas de calor, painéis solares e impostos inesperados para financiar essas correções urgentes.
“Novas licenças de combustíveis fósseis são o oposto da segurança energética. Acreditamos que esta rodada de licenciamento é ilegal e vamos tomar medidas legais.”
‘Planos imprudentes’
A Friends of the Earth Scotland, parte de uma comunidade internacional dedicada a proteger o mundo natural, compartilhou sua oposição à mudança.
Freya Aitchison, uma ativista do grupo, pediu ao governo escocês que “enfrente esses planos imprudentes de expandir os combustíveis fósseis e conceder licenças para empresas de petróleo e gás explorarem e perfurarem no Mar do Norte”.
“Esses planos nos trancarão em um sistema de energia destruidor do clima nas próximas décadas, fortalecendo a dependência dessa indústria volátil em lugares como Aberdeen e deixando as pessoas em toda a Escócia expostas a contas de energia disparadas” , disse ela .
A posição da Escócia não está mudando
Enquanto isso, os ministros da Escócia confirmaram que a política do governo escocês sobre fraturamento hidráulico não está mudando, apesar da proibição ter sido suspensa na fronteira.
Respondendo ao anúncio de Rees-Mogg, o secretário de energia escocês, Michael Matheson, disse que a extração ilimitada de combustíveis fósseis “não é consistente” com as obrigações climáticas do governo escocês.
Ele disse aos MSPs que “não é a solução certa” para a crise do custo de vida que as famílias enfrentam em todo o país.
“Em vez de licenciar mais extração de combustíveis fósseis, o governo do Reino Unido deveria incentivar o investimento em energias renováveis e apoiar uma transição justa para nosso setor de energia, famílias e empresas escocesas”, acrescentou.
Logo após o anúncio de Rees-Mogg, Matheson twittou a confirmação de que a posição sobre o fracking na Escócia permanece inalterada.
“Para ser claro – esta mudança de política não se aplica na Escócia.
“O fracking só pode acontecer aqui se as licenças forem emitidas pelo governo escocês e não pretendemos emitir nenhuma licença.”
Gabrielle Pickard-Whitehead é editora colaboradora do Left Foot Forward
