Fracking e Seus Impactos na Saúde Pública: Um Alerta para as Gerações Futuras

Brasília – O fracking, uma prática controversa de extração de gás natural, está no centro de uma preocupação crescente sobre seus efeitos na saúde pública, especialmente entre gestantes. Estudos revelam uma conexão perturbadora entre essa técnica e problemas de saúde, incluindo um aumento nos casos de câncer em crianças que vivem próximas aos poços de extração, além de um trágico incidente que resultou na morte de 20 pessoas na Pensilvânia.

Um estudo recente da Pensilvânia mostrou que o controverso sistema de extração de gás está fortemente relacionado ao aumento da mortalidade em bebês pequenos. Usando dados oficiais do Centro de Controle de Doenças dos EUA, o estudo analisa as mortes infantis de 0-28 dias antes e depois da perfuração de poços de fraturamento. O estudo sugere que a poluição radioativa da água é a culpada pelas mortes infantis.

Uma série de estudos demonstra uma correlação direta entre o fracking e o aumento de casos de aborto entre gestantes que residem nas proximidades dos poços. Além disso, evidências sugerem um aumento alarmante de nascimentos prematuros e de bebês com anomalias congênitas em áreas afetadas pela exploração de gás por meio dessa técnica.

Recentemente, a equipe da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil – realizou uma expedição técnica aos campos de exploração de fracking na região de Neuquén, na Argentina, onde se deparou com um cenário impressionante: cemitérios repletos de túmulos de crianças e jovens. Essas descobertas destacam a urgência de uma avaliação mais aprofundada dos impactos do fracking na saúde pública e a necessidade de considerar alternativas mais seguras para o futuro das gerações.

O estudo mostra que bebês por nascer que vivem dentro de um raio de 10 milhas de poços de fraturamento estão em maior risco de defeitos congênitos, como complicações cardíacas, pulmonares e do sistema imunológico. Como os pesquisadores já demonstraram com seu estudo, o fracking tem sido associado a aborto espontâneo, defeitos congênitos, baixo peso ao nascer, infertilidade e redução da qualidade do sêmen.

Publicado em Reviews on Environmental Health, os pesquisadores do Center for Environmental Health (CEH), da Universidade do Missouri e do Institute for Health and the Environment fornecem evidências de que a exposição a produtos químicos associados ao fracking durante a infância e idade adulta pode resultar em sérios efeitos na saúde reprodutiva e no desenvolvimento em humanos.

A exposição a produtos químicos presentes no processo fracking não afeta apenas as mulheres, ele também levanta sérias preocupações sobre sua influência na qualidade do sêmen masculino e seus efeitos na saúde reprodutiva. Estudos têm indicado que homens expostos a essas substâncias podem experimentar uma deterioração significativa na qualidade do sêmen. Isso se traduz em uma redução na motilidade e viabilidade dos espermatozoides, bem como em uma diminuição na contagem total de espermatozoides. Essas alterações podem tornar mais difícil a concepção para casais e aumentar o risco de infertilidade masculina.

A exposição crônica a produtos químicos associados ao fracking também está ligada a efeitos na saúde reprodutiva de longo prazo. Pesquisas apontam que essas substâncias podem afetar negativamente a qualidade do esperma ao longo da vida, tornando os homens mais suscetíveis a problemas de fertilidade e até mesmo a uma maior incidência de anomalias genéticas em suas futuras gerações. 

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Foto: Inpa

Por Dálcio Costa –  Instituto Internacional ARAYARA | COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil

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