Vereadores do Maranhão repudiam exploração do gás de Fracking no estado

Manifesto dos legisladores inclui apelo ao governador para que estabeleça moratória de cinco anos, impedindo a atividade em território maranhense

Representantes dos legislativos de 32 municípios do Maranhão assinaram uma moção de repúdio, manifestando-se contrários à exploração de gás de xisto em território maranhense, por meio da técnica de fraturamento hidráulico, mais conhecida como fracking. No documento, os vereadores e vereadoras também fazem um apelo ao governador para que estabeleça uma moratória, que proíba a atividade no estado, por um período de, pelo menos, cinco anos, até que haja melhor entendimento sobre o método exploratório e seus impactos ao meio ambiente, às pessoas e às atividades econômicas locais.

A manifestação dos vereadores em repúdio ao fracking se deu durante o Encontro Nacional de Legislativos Municipais e Fórum da Mulher Vereadora do Maranhão, realizado entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro, na capital São Luís. A moção de repúdio foi protocolada junto à sede do governo nessa segunda-feira (5/9).

Esse foi um dos resultados da mobilização realizada por representantes do Instituto Internacional Arayara e Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida (Coesus), que participaram do evento promovido pela União de Vereadores e Câmaras do Maranhão (UVCM) e União de Vereadores do Brasil (UVB), com apoio de outras instituições.

Durante o encontro, centenas de vereadores participaram da capacitação promovida pela Coesus e Arayara.org com intuito de disseminar informações sobre o fracking e o que já se tem de conhecimento a respeito dos prejuízos causados por esse tipo de exploração, com base na experiência de países como Estados Unidos e Argentina. Na ocasião, foi lançada a versão atualizada da cartilha da Campanha Não Fracking Brasil.

Audiências públicas

Outro resultado das ações da Coesus e Arayara.org durante o evento foi a articulação de duas audiências públicas regionais a serem realizadas ainda este mês e no início de outubro para sensibilizar a população e lideranças locais em relação ao fracking e à importância de uma transição energética justa, inclusiva e sustentável. As reuniões deverão acontecer em Balsas e Santa Inês, abrangendo as populações de municípios vizinhos. Além disso, diversos municípios estão recebendo capacitações com o objetivo alertar sobre as contaminações irreversíveis do fracking e possam impedir que suas cidades sejam alvos de explorações.

Campanha Não Fracking Brasil

A Campanha Não Fracking Brasil, que há 10 anos impede a exploração não convencional do gás de xisto no Brasil, faz um trabalho muito importante de alerta sobre o fracking, que é uma técnica altamente poluente, causando danos irreversíveis à água de superfície e subterrânea, ao meio ambiente e à saúde da população, gerando perdas na economia local, como a infertilidade de terras, perdas na agricultura e pecuária, entre outros impactos.

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