Estudo Vincula Perfuração de Gás Natural a Problemas de Saúde em Crianças e Residentes na Pensilvânia
Comunidades Locais Sofrem Impactos à Saúde devido à Exploração de fracking na Região
Pensilvânia, EUA – Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia trouxe à tona preocupações alarmantes sobre a extração de gás natural por meio de fracking na região e seus impactos potenciais na saúde das crianças e residentes locais. O estudo, que analisou dados abrangentes ao longo de vários anos, revela uma ligação preocupante entre a extração de gás natural e problemas de saúde que afetam diretamente a população local.
Enquanto a indústria de fracking cresceu, cresceram também as preocupações sobre os seus impactos na saúde das comunidades locais. O estudo, que envolveu uma análise de dados de saúde de milhares de crianças e adultos que vivem perto de poços de fracking, estabelece uma série de problemas de saúde que parecem estar relacionados à perfuração de gás.
Principais descobertas do estudo:
Nos relatórios, os pesquisadores identificaram o que descreveram como ligações substanciais entre a atividade da indústria de fracking e duas condições de saúde: a ocorrência de asma e linfoma em crianças, estas sendo normalmente pouco comuns com esse tipo de câncer.
No estudo sobre o câncer, os pesquisadores constataram que crianças que residiam a uma distância de 1,6 milhas de um poço tinham entre cinco e sete vezes mais chances de desenvolver linfoma em comparação com aquelas que moravam a 8 milhas ou mais de um poço. Isso se traduz em uma incidência de 60 a 84 casos de linfoma por um milhão de crianças que vivem nas proximidades de poços, em contraste com 12 casos por um milhão entre as crianças que vivem em locais mais distantes.
Quanto à asma, os pesquisadores chegaram à conclusão de que indivíduos com distúrbios que residiam nas proximidades de poços de gás eram mais expostos a experiências de reações graves durante a extração de gás, em contraste com aqueles que não viviam nas imediações dos poços.
Uma variante altamente incomum de câncer ósseo, denominada sarcoma de Ewing, foi descoberta em grupos de crianças e jovens adultos que residiam numa região fortemente afetada pela perfuração de poços nos arredores de Pittsburgh.
Foto: Moms Clean Air Force
Fracking, resultou na perda de vidas de aproximadamente 20 indivíduos na Pensilvânia entre 2010 e 2017.
A Pensilvânia ocupa a posição de segundo maior produtor de gás natural nos Estados Unidos, superado apenas pelo Texas. Durante o período de 2010 a 2017, o estado viu a autorização de aproximadamente 20.677 poços de fracking, com cerca da metade deles efetivamente perfurados. Um dos subprodutos notáveis de fracking é a poluição por partículas, especificamente como PM 2,5, composto por minúsculas partículas de produtos químicos que são transportados pelo ar. Quando inaladas, essas partículas alcançam os pulmões e a corrente sanguínea, aumentando os riscos de câncer e desencadeando problemas cardíacos e respiratórios. A exposição ao PM 2,5 resultou na perda de cerca de 20.000 vidas de cidadãos americanos a cada ano.
Estudo aponta que as comunidades profundamente afetadas enfrentariam taxas mais elevadas de diversos impactos à saúde, tais como nascimentos prematuros, gestações de alto risco, casos de asma e doenças cardiovasculares. No entanto, este estudo em particular se destaca por ser o pioneiro na exploração direta da relação entre o local do PM 2,5, causado pelo fraturamento, e as mortes decorrentes de problemas respiratórios e cardíacos que podem ser diretamente direcionados a esse incremento de partículas no ar.
Os pesquisadores empregaram informações de satélite fornecidas pela NASA para estimar as emissões diárias de PM 2,5 geradas por todos os poços de fraking no estado da Pensilvânia ao longo do período de sete anos compreendido entre 2010 e 2017. A fim de determinar o número de óbitos decorrentes da exposição a essas emissões, eles utilizaram dados de mortalidade desagregados por condado, disponibilizados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, e aplicaram metodologias condicionais para calcular a contribuição das mortes ocorridas na Pensilvânia durante esse intervalo de tempo, que poderia ser diretamente atribuído aos aumentos na exposição ao PM 2,5.
O condado de Washington foi o mais impactado no estado, registrando um total de 4,26 óbitos atribuídos às emissões de PM 2,5 resultantes de fraturamento hidráulico no período compreendido entre 2010 e 2017.
A poluição por partículas provenientes dos poços de fraturamento hidráulico na Pensilvânia teve um custo humano alarmante, resultando na perda de aproximadamente 20 vidas. Este cenário dramático evidencia os impactos devastadores que a indústria do gás natural pode ter sobre a saúde pública, à medida que a exposição constante ao PM 2,5, composta por minúsculas partículas químicas transportadas pelo ar, desencadeou problemas de saúde, incluindo câncer, doenças cardíacas e respiratórias.
Foto: Upstream Online
A campanha Não Fracking Brasil é um apelo à ação em prol do meio ambiente e da saúde pública. Juntos, podemos fazer a diferença e exercer uma proibição do fraturamento hidráulico no Brasil, protegendo nossas águas, nosso ar e nossas comunidades. Assine a petição, compartilhe essa mensagem com seus amigos e familiares, e envolva-se em sua comunidade para promover a transição energética justa.
Por Dálcio Costa – Instituto Internacional ARAYARA | COESUS – Coalizão Não fracking Brasil
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