Audiência Pública na Câmara Municipal de Balsas – MA discute riscos do fracking

Mobilização liderada pela Coalizão Não Fracking Brasil quer impedir exploração não convencional de gás e petróleo por fracking ou fraturamento hidráulico – método altamente poluente e devastador, que causa danos irreversíveis ao meio ambiente e à saúde da população, e pode prejudicar a economia local

Representantes da Coalizão Não Fracking Brasil (Coesus) – organização que reúne diversas entidades da sociedade civil – juntamente com o Instituto Arayara.org e a União de Vereadores e Câmaras do Maranhão (UVCM) convidam para uma importante audiência pública que visa mobilizar o poder público e a população em torno de uma causa nobre: impedir a exploração não convencional de petróleo e gás de xisto por fraturamento hidráulico ou fracking. Há comprovação técnica e científica do potencial poluidor do método usado pela indústria petrolífera em outros países. Além do grande volume de água para perfurar poços com mais de 3 quilômetros de profundidade, a atividade utiliza inúmeros produtos químicos compostos de metais pesados e radioativos, que causam a poluição da água, solo e ar, e provocam doenças graves, inclusive fatais, nos seres humanos e animais.

A proposta da Coesus é disseminar informações sobre o fracking entre moradores e autoridades locais para que os mais de 15 municípios que confirmaram presença na audiência consolidem suas próprias leis, restringindo a atividade exploratória em seus territórios. A maioria desses municípios tem sua economia baseada na agricultura – atividade que irá ser fortemente impactada pelo fracking.

Esse é o caso do município de Balsas no sul maranhense que sedia a audiência pública no dia 21 de setembro, às 9h30. O vereador Asaf Sobrinho, presidente da UVCM, reafirmou o compromisso de divulgar às câmaras municipais e à população do estado sobre o gás de xisto. “Essa informação tem que chegar a todas as pessoas. A partir do momento que elas estejam com essa informação, será mais fácil conscientizá-las do grande problema ambiental e social que esse gás causa à população”, explicou.

“O fracking é uma ameaça ao futuro do Brasil e um retrocesso em termos de justiça social e justiça ambiental” advertiu Suelita Röcker, coordenadora de Engajamento e Comunidades da Coesus. “Esse é o alerta que trazemos para o Maranhão para que a população tenha conhecimento das consequências graves que esse tipo de exploração pode gerar ao município e tenha o direito de optar por alternativas sustentáveis, considerando a vocação do Maranhão para fontes limpas e renováveis de energia”, reforçou a especialista em sustentabilidade.

De acordo com levantamento da Coesus, o fracking representa uma ameaça para 754 municípios de 17 estados brasileiros, que são alvo da indústria petrolífera para a exploração de petróleo e gás de xisto, também chamado de gás da morte pelo seu nível poluidor. A população dessas áreas soma cerca de 54 milhões de habitantes.

Segundo a analista técnica da Coesus, Esmeralda Gusmão, a campanha Não Fracking Brasil segue com muita força capacitando e mobilizando a população maranhense na luta contra o gás da morte, “a audiência desta quarta-feira em Balsas visa alcançar um grande número de pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade deste município e proximidades. Esperamos assim que haja encaminhamento do projeto de lei contra essa atividade para votação e aprovação, protegendo assim a região dessa exploração”.

SERVIÇO

Audiência Pública sobre os riscos da exploração de gás de xisto através do método de fracking nos municípios maranhenses.

Data: 21/09, as 9h30

Local: Câmara Municipal de Balsas – rua José Coelho Noleto, nº 2008, centro.

Entrada Franca.

10 anos da Campanha Não Fracking Brasil

Em 2022, a Campanha Não Fracking Brasil, que foi idealizada pelo Instituto Internacional Arayara e ao longo dos anos veio ganhando a adesão de outras instituições da sociedade civil e do meio acadêmico, técnico e científico (hoje integrantes da Coesus), completa 10 anos de mobilizações e conquistas. Até agora, 415 municípios brasileiros aprovaram leis restringindo a atividade de fracking e 2 estados – Paraná e Santa Catarina – já dispõem de leis que proíbem a exploração não convencional de gás e petróleo de xisto, a partir de fraturamento hidráulico. Outros estados trilham o mesmo caminho, com projetos de lei em tramitação.

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