Projeto da segunda maior usina térmica a carvão do país é adiado por novas exigências do IBAMA

silvio-marques-dias-netoPrevisto para acontecer no final deste mês, o leilão de energia A-5 deverá perder um de seus maiores projetos de geração. A usina Ouro Negro, segunda maior térmica a carvão do país, recebeu um novo parecer do Ibama que exige a realização de novos estudos ambientais para a emissão de uma licença, o que deverá excluir o empreendimento do certame. Estimada com uma potência instalada de 600 MW, a unidade localizada no Rio Grande do Sul deverá cumprir mais 23 exigências do instituto, em medida que levará ao adiamento do início de operação do projeto.

A térmica, planejada com orçamento de US$ 1 bilhão pelas empresas chinesas Hebi Company Energy e Power China Sepcto, deverá aprimorar pendências ambientais em seu planejamento, que previa a obtenção da licença do Ibama ainda em abril. De acordo com a entidade, foram detectados problemas nos cálculos de emissões de dióxido de enxofre, e devem ser feitos novos esclarecimentos acerca do programa de monitoramento da qualidade do ar na região do município de Pedras Altas.

As exigências, no entanto, vêm para reforçar um cenário que já pendia para o adiamento. Isso porque a tarifa-teto definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de R$ 251 MWh, foi recebida de forma negativa pelas empresas responsáveis pela usina. De acordo com o empresário Silvio Marques Dias Neto (foto), ex-prefeito de Pedras Altas que hoje lidera o

investimento, a consolidação do projeto é inviável com a faixa de preços proposta pelo órgão. Financiada integralmente pelo Banco de Desenvolvimento da China, a unidade teve seu plano traçado com base nos valores do leilão do ano passado, quando o governo estipulou um preço de R$ 280 pelo MWh.

Apesar do adiamento, as expectativas são boas para o empreendimento, que pode concentrar grande parte das demandas nacionais por térmicas e deve movimentar novos investimentos na cadeia produtiva do estado. Ao longo de sua etapa de construção, o projeto deverá demandar 3 mil empregos, além de outros 600 para suas operações.

Fonte: Petro Noticias

 

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