Estudo recente mostra que o fraturamento hidráulico – fracking – reduz disponibilidade de água potável em áreas de exploração
Todos sabem, há muito tempo, que a água é um dos recursos mais caros à humanidade e a disputa pelo recurso não sinaliza mais um cenário futuro, mas uma realidade atual. No Brasil, o governo sinalizou interesse em privatizar aquíferos – via de ganho imediato, para entregar um bem de valor incalculável. Uma tacada de mestre de empresas estrangeiras, que sabem que a escassez de água é uma ameaça real, inclusive aos negócios e à economia.
Diante de uma realidade que nos exige cada vez mais cuidado para preservação de fontes, não faltam incoerências. Nos Estados Unidos, por exemplo, este valioso bem está sendo ameaçado pelo fracking. Um estudo recente publicado pela revista americana Environmental Science & Technology da ACS Publications – apontou que a exploração de gás pelo fraturamento hidráulico pode reduzir em cerca de 50% os níveis de água de córregos do estado do Arkansas, nos Estados Unidos.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Departamento de Biologia da University of Central Arkansas. Eles explicam que cada poço utiliza aproximadamente 19 milhões de litros de água doce de córregos, durante um período de dois a cinco dias, quando o fraturamento das rochas é concluído. A quantidade é suficiente para preencher sete piscinas de tamanho olímpico.
Cientistas concentram-se geralmente em analisar os impactos do fracking sobre a qualidade da água. Já este estudo revela que as operações de fracking podem ter impactos também sobre a disponibilidade de água, uma vez retiram grande volume de água de riachos próximos, que além de abrigar ecossistemas próprios, são usados para consumo humano.
Entre 2004 e 2014, mais de 5 mil poços de fracking foram abertos no campo de exploração de gás de Fayetteville no Arkansas, utilizando principalmente água de pequenas fontes locais. Fontes que fornecem água potável a milhares de pessoas da região e são lar de dez espécies aquáticas – que agora estão diminuindo.
Proibir para preservar
Os cálculos da equipe revelam que o uso de água doce para o fracking pode afetar os organismos aquáticos em 7% a 51% das represas, dependendo do mês. Segundo os pesquisadores, se 100% das águas residuais fossem recicladas (o que não ocorre) o impacto potencial até diminuiria, mas ainda assim de 3% a 45% das reservas ainda seriam prejudicadas.
Vale destacar que o grande volume de água bombeada no subsolo profundo (misturada a uma centena de substâncias químicas) foi associada a uma onda de terremotos que abalaram o estado de Arkansas e também o Texas.
Pesquisas recentes apontam também que o fracking está associado ao nascimento de bebês com baixo peso. Mulheres que vivem a até 2 km de distância de operações de fracking na Pensilvânia são 25% mais propensas a dar à luz a bebês de baixo peso do que mães que vivem a distâncias maiores.
Enfim, a cada dia surgem mais evidências de que viver perto de campos de fracking expõe comunidades a danos diversos à saúde. Nessas áreas são relatadas taxas mais altas de asma e enxaquecas, mais hospitalizações por doenças cardiovasculares, distúrbios neurológicos e câncer. A cada dia, fica mais claro que banir o fracking é primordial para conservação de recursos básicos e para proteger a vida.
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