Texanos apontam vínculo entre aumento de terremotos e fracking

Mapa do gás de xisto nos EUA, 2012

Artigo original em inglês do Washington Post

 

Cathy Wallace, uma moradora do Texas relata sobre o que tem vivenciado: “é um estrondo, como um trovão no chão vindo em direção a sua casa, como um trem e você pode ouvi-lo e senti-lo vir”. Wallace mora no norte do Texas, historicamente uma das regiões menos propensas ao terremoto do país, até que os perfuradores  de poços de fracking chegaram.

A atividade da indústria de energia não é nova no Texas, mas há pouco mais de uma década, os locais de perfuração de fracking tornaram-se parte da paisagem urbana, na quarta maior área metropolitana do país – a poucos metros de casas, empresas, igrejas, escolas, parques e o 11º aeroporto de passageiros mais movimentado do mundo.

Agora, há uma crescente evidência de que a atividade relacionada ao petróleo e gás venha causando terremotos na região. Uma nova pesquisa liderada por um sismólogo da Southern Methodist University em Dallas, publicada em novembro, indica que a onda de tremores no norte do Texas está ocorrendo em falhas inativas por milhares de anos. A única explicação plausível apontada para os terremotos é a atividade humana.

Em Fort Worth, existem 2.137 licenças de perfuração de poços de gás pendentes e aprovadas dentro dos limites da cidade, que tem uma população de mais de 850 mil habitantes. Desde 2008, centenas de pequenos terremotos tem ocorrido na Bacia de Fort Worth. Um razão provável é o processo de injeção de águas residuais do fracking em poços de disposição –  uma forma comum de se livrar da enorme quantidade da água que é subproduto do fraturamento-  onde pode exercer pressão sobre as falhas.

Em 2017, um site de rastreamento de terremotos foi lançado pelo Bureau of Economic Geology da Universidade do Texas e mostrou que, durante o ano, houve registros diversos de atividades sísmicas ao redor de regiões de produção de petróleo e gás no oeste e sul do Texas, bem como na área de Dallas-Fort Worth, que abriga mais de 7 milhões de pessoas.

O próspero subúrbio de Dallas, sede da sede corporativa da ExxonMobil, ganhou uma reputação como uma capital de tremor do Texas, com o movimento da terra aparentemente como conseqüência da atividade nos municípios vizinhos. Em todo o Texas, de acordo com a Railroad Commission, órgão regulador estadual de petróleo e gás, existem 33.541 poços de fraturamento.

O novo site é financiado pelo Estado, mas os ativistas ambientais acusam os políticos republicanos do Texas e o órgão regulador de se recusar a confirmar o papel da indústria em causar terremotos e de não se responsabilizar por eles.

 

Saiba mais:  Washington Post

 

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