LIBERTE-SE: Audiência pública evidencia oposição a termelétricas no Ceará

“Não faz nenhum sentido investir em termelétricas, indústria emissora de CO2 e grande consumidora de água, num estado como o Ceará com incrível potencial para geração de energia sustentável, limpa e 100% renovável”. A afirmação da diretora da 350.org Brasil e América Latina, Nicole Figueiredo de Oliveira, foi feita durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Ceará para debater Mensagem do Executivo que prevê a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o gás natural consumido pelas usinas termelétricas instaladas no Estado.
Acompanhando representantes de entidades climáticas como Fórum Ceará no Clima, COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, Fundação Cooperlivre Arayara, Nicole disse ainda que “ao invés de dar incentivos às energias fósseis, o caminho justo e sustentável é super taxar as termoelétricas e dar incentivos fiscais às renováveis”.
A 350.org Brasil organiza em maio diversas ações que fazem parte do movimento global ‘Liberte-se dos Combustíveis Fósseis’. O Ceará fará parte do cronograma de atividades, com uma ação na Termelétrica de Pecém, a maior do Brasil, para pedir o fim de investimento em combustíveis fósseis. Para saber mais detalhes sobre o movimento LIBERTE-SE e como participar basta acessar http://liberte-se.org/ .
Agravamento da seca
Para o professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), doutor em Ciências Atmosféricas, Alexandre Costa, é preciso entender que o Ceará já é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do Brasil no que diz respeito à geração de eletricidade, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. Segundo ele, “a geração de energia é responsável pela emissão de mais da metade dos gases de efeito estufa produzidos no Estado. A seca que o Ceará enfrenta há quase cinco anos não é por acaso”.
Um dos fundadores do Fórum Ceará no Clima, o professor Alexandre reforçou todas as suas críticas à política energética adotada no Estado, e no país: “Eu não estou sendo radical. A natureza é que não negocia”.
O coordenador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, Eng. Dr. Juliano Bueno de Araujo faz eco às preocupações do professor Alexandre. Juliano considerou um absurdo a proposta para reduzir ou isentar termelétricas a carvão e gás de impostos. E questionou: “Querem acentuar ainda mais a crise hídrica e climática no Ceará?”
Posicionamentos contrários
A audiência foi requerida pela presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, deputada Dra. Silvana (PMDB), com o objetivo de entender se é necessário para o Estado incentivar termelétricas. A queima de gás natural, petróleo e carvão é a principal causa do aquecimento global e usinas termelétricas usam quantidades enormes de água para resfriar suas caldeiras e produzir o vapor d’água que movimenta as suas turbinas.
Durante o debate, ficou evidenciado que a proposta do governo estadual de incentivo a termelétricas enfrentará resistência no parlamento, que traduz o posicionamento dos movimentos climáticos e sociais e da população.
O deputado Elmano Freitas, aliado do governador Camilo Santana, afirmou que “a produção de energia de uma termelétrica é cara, e ela tem um forte potencial de poluição ambiental. Vivemos em um Estado que tem sol o ano inteiro, e temos a capacidade de deixar uma grande marca na questão ambiental, que é o incentivo à microprodução de energia”.
Outro parlamentar que é contra a proposição é Renato Roseno. Para ele, “não adianta apostar em uma matriz energética que vem sendo abandonada em todo o mundo, pois precisamos apostar em uma transição energética que dialogue com as necessidades de sustentabilidade ambiental e democratização de acesso à energia”.
Oficina climática
Aproveitando a estada na capital do Ceará, integrantes do LIBERTE-SE realizaram uma oficina climática com representantes do Fórum Ceará no Clima. Além de discutir estratégias para ação de maio e trocar informações sobre o movimento global, também foi cumprida ama importante agenda de entrevistas para explicar à população sobre a importância de impedirmos que projetos da indústria suja e poluente dos combustíveis fósseis continuem e avancem na região e no Brasil.
Veja todas as fotos de Paulo Lima/350. org Brasil
“Ao invés de conceder incentivos fiscais, deveríamos sobretaxar a indústria suja e poluente dos fósseis”. Assista e compartilhe a entrevista de Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil e América Latina, à Rede União Brasil em Fortaleza, no Ceará #breakfree2016 #libertesedosfosseis #keepitintheground #deixanosolo #naofrackingbrasil #nofackinglatinoamerica #nofracking #coesus #arayara #350brasil
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